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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Você tem TOC?


Eu tenho. Se você fizer uma varredura em sua forma de pensar, agir ou comportar-se em seu dia a dia, dentro do seu convívio social, é bem provável que você também o tenha. Se você tem uma obsessão, a qual deve ser atenuada por um comportamento compulsivo, seja bem vindo(a) ao clube. Você é portador(a) do quarto maior e mais frequente transtorno psiquiátrico diagnosticado pela literatura médica. E, além do mais, pode acreditar: o negócio é mais natural do que você pensa. Por isso, pode ficar tranquilo, pois você não vai sair na rua, enquanto as pessoas a chamam de louca e atiram pedras em você.

Os tratamentos restrigem-se ao que eles chamam de terápia cognitivo-comportamental, inibidores de recaptação de serotonina e inibidores seletivos de recaptação de serotonina, neurotransmissor (molécula responsável pela comunicação entre os nossos neurônios) que é responsável pelos nossos mais diversos impulsos nervosos e que contribui, em muito, para o agravamento do TOC.

Dentre os sintomas estudados, os que apresentam uma pior resposta ao tratamento, ministrado isolada ou conjuntamente, são os pensamentos de conotação sexual/religiosa e o colecionismo (hábito irracional em se guardar e acumular coisas inúteis e imprestáveis como jornais velhos, cartões telefônicos usados, sapatos velhos, meias furadas e etc.). No caso do colecionismo, a resistência ao tratamento foi apontado ao aparente e anômalo conforto que seus pacientes tem em se entregar a esse hábito de gosto dúvidoso. Além desses, os mais váriados sintomas podem mostrar-se, acaso seja apontado, como dito, a uma compulsão decorrente de uma obsessão. A sindrome de Tourette, mais conhecida como os "tiques" associados ao TOC, também está dentro do campo de estudo.

Em meu caso particular, confesso que estou mais na área dos pensamentos, os quais são, na maioria dos casos, inconfessáveis, além de ter um problema sério com o número sete e seus mútltiplos, os quais devem estar associados, na maioria das vezes, a tudo o que eu faço, mas não é nada sério e, às vezes, eu consigo mantê-lo sob controle (mesmo sob controle, a conotação patólogica da doença não é perdida, mas tão somente amainada). Tenho também uma propulsão à higiene, a limpeza e a ordem, mas, nesse caso, não é tanto pelo lado patólogico da doença, e sim por achar que minha vida será bem melhor com esses hábitos. Além do mais, não é nada radical, além de não provocar desconforto a mim, aos meus familiares e amigos, os quais são apontados como reflexos indiretos do TOC.

Eu não estou aqui levantando a bandeira do TOC que é, sim, uma doença e é capaz de provocar dor a quem o é portador. Não é bom sentir-se refém de sí próprio, aprisionado a algo que pode torná-lo incapacitado a um progresso espiritual e matérial, tornando-o inviabilizado a um relacionamento afetivo, amistoso e amoroso. Se o TOC for mantido sob controle, ótimo; se não, existem médicos e tratamentos para isso.

Fui.

Abraço.


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