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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Por que sou a favor da doação de órgãos



Sem vida, o que somos? Nada! Estou errado? O que são órgãos humanos dentro do nada, se não uma porção amorfa de carne e vísceras, incompatível com o que nos é vital? Que grande gesto de amor e altruísmo em nos doarmos depois de mortos, salvando vidas que, muitas vezes, foram relegadas à mais vil prisão: a patológica. Se você teve tudo na sua vida, por que não dar uma chance à outra pessoa?

Eu sou doador, pelo menos na minha carteirinha da OAB. Decerto, isso não é garantia de que meus órgãos serão doados depois que eu morrer. Vou ter que me certificar, de outras formas, que isso, de fato, aconteça. Eu, particularmente, acredito que só terei meus filhos (Quando os tiver, claro!) para convencê-los de que minha decisão é a mais acertada.

A livre disposição de nossos corpos, após o óbito, para fins altruísticos é legalmente garantida. A vida e a saúde são bens intangíveis e, pelo menos em tese, nos são garantidos a proteção a eles. A morte encerra nossos maiores alicerces, onde não mais nos será permitido perseguir o prazer e a felicidade a cada dia que amanhece, pois já não mais seremos coisa alguma. Mas o amor não há de morrer, porque ele é eterno e perpetuo, e suplanta nossas mais comezinhas ambições, suplantando a simples materialidade humana com o simples e desinteressado ato de doar.

Não sei se cheguei a falar aqui alguma vez, mas acredito que já deu para notar que eu tenho uma admiração muito grande pelas crianças. Pois bem! O fato é que me veio à lembrança o caso recente de uma criança no Sul que era acometida de uma grave patologia cardíaca e, depois de passar muito tempo na fila de transplantes, essa criança veio a morrer por falta de um doador. É certo? Privar uma criança de todo um futuro por que uma desinformação, ignorância ou egoísmo nos venceu, fazendo-nos esquecer que o nosso mais bonito sentimento é o amor.

Haverá um tempo em que prestaremos conta de todos nossos atos e, nesse dia, como será bom ouvirmos o número de vidas que salvamos depois que expiramos, mesmo que um sincero lamento ecoe em nossos corações pelo fato de não podermos ter feito nada por mais ninguém.

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